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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ZÉ DE ÁVILA

 

 

Zé de Ávila é o pseudônimo literário do poeta, trovador, romancista e contista José de Ávila.

José de Ávila nasceu e estudou em Alfenas, Santa Rita do Sapucaí e São Paulo. Ingressou no curso de Contabilidade, mas não concluiu. Foi pecuarista até 1945, e, mais tarde, já residindo em São Paulo, trabalhou como comerciante, jardinista e artesão. Mudou-se para Barretos e por lá viveu até falecer. Fez versos desde a infância e leu grandes autores da literatura universal. Publicou diversos livros de poesia e prosa. Fez parte de instituições literárias, tais como a Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais, a Arcádia de Letras de Alfenas, a União Brasileira de Trovadores, a Academia de Ciências, Filosofia e Letras de Anápolis – Goiás, a Academia Eldoradense de Letras, a Academia de Poesia Raul de Leone – Petrópolis (RJ) e a Academia Barretense de Cultura.
Viveu em Barretos, Estado de São Paulo.

Biografia e foto: www.unifal-mg.edu.br/

 

Livros de poesia: Alô Motorista e etc… 1986    Intec; Chuva de Flores; Copo de Veneno – Trovas; Dádiva; Eu, Garimpeiro – 1985; Galo Músico – 1998  - Intec; Nós e a Poesia; Nós e Ela - 1988 Intec; Palhaço Nu – 1982; Coletânea (Pingo d'água, Viola de amor, Criança) – 1980;  Realejo -1975; Riacho de Prata; Seara do Destino 1952 Edições Alarico; Última Safra – 1975.

ANUÁRIO DE POETAS DO BRASIL.  2º. VOLUME.    Organização de Aparício Fernandes    Capa  de Ney Damasceno.  Rio de Janeiro: Folha Carioca Editora Ltda., 1977.  496 p.  Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

         Ó POESIA

Amo-te pura e simples — ó Poesia!
como o aroma na flor e o som no guizo,
quer derives da dor ou da alegria.
Amo-te, como ao sol, no paraíso,

Eva, nua e sem culpa, se exibia!
Não te amo se me negas teu sorriso;
se barroca te mostras mas, vazia
e entre véus sob os quais mal te diviso.

Amo-te como digo. Assim te quero
e assim, também, altiva e deslumbrante,
ornada de rumores e clarões,

cada vez mais, agigantando Homero;
cada vez mais, divinizando Dante
e a eternizar — cada vez mais — Camões!

 

 

       APRENDIZ

Pouco tendo a ensinar, sonho aprender,
Por isso, ao vir da aurora me desperto
Ponho-me em marcha. Pelo rumo certo,
busco o Eldorado que desejo ter.

Transformo o coração em campo aberto
à pródiga semente do saber.
Ávido e atento escuto — por dever —
ao que prega na rua ou no deserto.

Aprendiz da verdade, com carinho,
recolho ensinamentos de valor
das pedras que me ferem no caminho.

Lições preciosas, ricas de beleza,
dão-me a raiz, a folha morta, a flor...
Aprendo com o sábio e a Natureza.




CIÊNCIA

Nós deixamos o berço em agonia
imensa de saber. Pais professores,
por amor e dever, com alegria,
nos vão mostrando da verdade as cores.

A seguir, nos ilustra a academia.
Cientistas, filósofos — doutores! —
dão-nos grandes lições de alta valia
e o mundo nos ensina... mas, senhores!

esse, o que da verdade cristalina
na fonte bebe luz e se ilumina;
o que muito procura e muito alcança,

esse medita entristecido, sério
e sabe — encarcerado no mistério —
que sabe pouco mais do que a criança.

 

 *

       

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Página publicada em junho de 2021


 

 

 
 
 
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